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A TROCA em Bruxelas contra o acordo UE-MERCOSUL

A TROCA em Bruxelas contra o acordo UE-MERCOSUL

A TROCA em Bruxelas contra o acordo UE-MERCOSUL

Nos passados dias 17 e 18 de Julho, a TROCA marcou presença, em Bruxelas, numa série de eventos e mobilizações realizados à margem da cimeira UE-CELAC (União Europeia – Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), onde estiveram reunidos representantes oficiais de ambos os blocos.

Quanto aos eventos paralelos promovidos pela sociedade civil, no dia 17 decorreu, no Parlamento Europeu, a conferência “Uma nova relação comercial UE-América Latina para o século XX”, organizada conjuntamente pelos grupos políticos Greens/EFA, GUE/NGL e S&D, e que reuniu representantes das sociedades civis de ambos os lados do Atlântico. Nesta conferência foram abordados:

  • As consequências devastadoras dos acordos comerciais realizados no passado entre a União Europeia e países como o México, a Colômbia, o Chile e o Peru, que não trouxeram benefícios sociais significativos, mas, para além de terem sido negociados em secretismo, trouxeram graves desequilíbrios comerciais, uso intensivo de pesticidas, aumento das desigualdades sociais e degradação dos serviços públicos;
  • Os perigos e riscos do acordo comercial UE-Mercosul, que vai incentivar a desflorestação da Amazónia e o aumento dos crimes contra os povos indígenas sul-americanos, que vai reduzir o poder regulatório dos estados, bem como incentivar as privatizações de serviços públicos, e que vai beneficiar as grandes multinacionais em prejuízo dos pequenos e médios agricultores;
  • As possíveis alternativas ao modelo comercial dominante das últimas décadas: algumas organizações defendem que os acordos de comércio são incompatíveis com o ambiente e os direitos das pessoas; outras defendem que é possível um modelo comercial com respeito pelas populações e com o seu consentimento.

 

Na tarde do mesmo dia, decorreu um protesto, em frente ao Parlamento Europeu, contra o acordo de comércio UE-Mercosul e os acordos da UE com o Chile e o México (actualmente em processo de revisão e “modernização”), onde foi simbolicamente erigida, e depois derrubada por activistas, uma “Torre da Ganância”, que representa o modelo comercial que privilegia os lucros das multinacionais à custa da democracia, do planeta e dos direitos humanos.

No dia 18 a TROCA participou numa reunião de organizações da sociedade civil da Europa e da América Latina, incluindo sindicalistas, activistas, representantes das comunidades indígenas e académicos, dedicada ao combate contra o actual modelo de comércio entre os dois continentes e contra os acordos que estão a ser negociados ou renegociados no momento actual.

Nas suas intervenções, a TROCA sublinhou a importância dos problemas que afectam e unem os cidadãos de ambos os lados do Atlântico, como a falta de transparência e falta de participação da sociedade civil na negociação do acordo UE-Mercosul, a ameaça dos acordos comerciais à subsistência dos produtores locais de pequena e média escala, os perigos para os direitos dos trabalhadores e a proliferação de “tribunais privados” como o ISDS. Em todos estes temas fica patente o conflito entre os interesses das multinacionais e a vida das pessoas, e a necessidade de os povos se unirem para fazer frente à ameaça que estes acordos representam.

Neste sentido, a TROCA continuará, em conjunto com a rede de organizações de ambos os lados do oceano, a lutar contra um acordo prejudicial para as pessoas e o planeta.