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Carta aos eurodeputados que votaram a favor do TTIP

Carta aos eurodeputados que votaram a favor do TTIP

Carta aos eurodeputados que votaram a favor do TTIP

Este mês os eurodeputados votaram numa decisão crucial sobre o TTIP… e perderam a oportunidade de fazer história. Ao invés de chumbar (pelo menos) o que este acordo tem de pior, deixaram passar tudo. Tal e qual como quem conduz um cordeiro ao altar da sua imolação – só que o cordeiro somos nós. Se querem saber como se portaram os MEP portugueses podem consultar este link (no menu dos países, a meio da página, escolham Portugal). Para saber a que partido pertence cada representante, vejam neste outro link. Para quem não sabe, o PSD e o PP pertencem à mesma família política, e o BE e o PCP também. Demonstrativo da fibra dos nossos eurodeputados, todos os do PS, PSD e PP votaram a favor do TTIP – verdadeira e finalmente unidos no que toca à proteção do capital… O BE e o PCP votaram contra (aqui houve quem não votasse e quem se enganasse a votar… uma risota).  E as únicas dúvidas, o MEP do Partido da Terra e o independente Marinho e Pinto votaram a favor (embora o MePinto tivesse querido abster-se). Por isso eu enviei a estes dois um email a chatear! Estão à vontade para adaptar e reenviar.
Margarida Silva

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Assunto:
TTIP – Fizeram mal, há que corrigir

Caros eurodeputados Marinho e Pinto e José Faria,

Foi com profunda desolação que verifiquei que a 8 de julho ambos votaram a favor do tratado transatlântico TTIP tal como está a ser negociado pela Comissão Europeia com os Estados Unidos, sobretudo considerando que o mais venenoso deste acordo – o ISDS (Investor-state dispute settlement) – vai seguir em frente. Mesmo assumindo que um de vós pretendia de facto abster-se, a vossa opção não é em nome dos portugueses, ou de qualquer outro povo. E muito menos defende o ambiente. O que é que pretendem defender ao certo? Não consigo descortinar e aguardo a vossa resposta.
Como juristas que ambos são, certamente terão noção melhor que ninguém do que significa criar tribunais especiais de composição obscura, que reunem em segredo e de cuja decisão não há recurso. Será esta a vossa visão da lei? O mercado fica livre para quem? Como pode um país proteger a sua gente e os seus recursos se as maiores empresas do mundo – com orçamentos frequentemente superiores aos PIBs dos países que confrontam – podem encurralá-los economicamente em nome da perda de “potenciais lucros futuros”? Mais uma vez, aguardo as vossas respostas.
Como representantes nossos que são, a ignorância – a existir – não é inocente. Mas se precisarem de alguma documentação para justificar uma muito necessária correção de rota, comecem pelo George Monbiot:
Certamente o país merece dez minutos do vosso precioso tempo – por favor respondam só depois de ler. Agradeço antecipadamente a atenção, e cumprimento,