logo Troca linha TROCA - Plataforma por um Comércio Internacional Justo

Desmascarando os mitos em torno do Tratado da Carta da Energia

Desmascarando os mitos em torno do Tratado da Carta da Energia

Desmascarando os mitos em torno do Tratado da Carta da Energia

No contexto das crescentes preocupações causadas pelo facto de o TCE poder entravar a urgente acção climática, o Secretariado do TCE, as empresas que lucram com o acordo e outros actores estão a fazer propaganda e a divulgar falsidades – como seja, que o tratado atrai investimento limpo e que a sua “modernização” irá resolver as suas deficiências. Este Guia  revela e desmascara os mitos sobre o TCE e mostra como, por detrás da retórica, ele é usado no mundo da energia suja, dos abusos e dos lucros fáceis para as multinacionais.

É assim que tem início o documento «Desmascarando os mitos em torno do Tratado da Carta da Energia» que a TROCA traduziu e cuja leitura recomenda.

O documento clarifica, de forma fundamentada, que:

É falsa a afirmação “O TCE atrai o tão necessário investimento estrangeiro, inclusivamente, para o sector da energia limpa”.
A realidade (página 2) é que não há provas claras de que o TCE atraia quaisquer investimentos, muito menos em energias renováveis.

É falsa a afirmação “Ao proteger os investimentos em energias renováveis, o TCE ajuda a combater as alterações climáticas”.
A realidade (página 3) é que o TCE protege os investimentos existentes em energia, os quais, na sua maioria, são investimentos em combustíveis fósseis. Ao permitir que os poluidores processem os governos por combaterem as alterações climáticas, o TCE prejudica a adopção de medidas que são urgentemente necessárias.

É falsa a afirmação “O TCE é usado principalmente por pequenas e médias empresas (PMEs)”.
A realidade (página 5) é que o TCE é uma ferramenta que favorece as grandes empresas e os defensores do tratado manipulam os números para esconder esse facto.

É falsa a afirmação “O TCE é a única possibilidade de proteger os investidores do sector da energia no estrangeiro”.
A realidade (página 7) é que os investidores têm inúmeras opções para se protegerem no estrangeiro, mas o TCE é para eles a mais atractiva porque pode servir como forma fácil de obter dinheiro.

É falsa a afirmação “A modernização do TCE vai resolver as suas deficiências”.
A realidade (página 8) é que “A modernização não vai reduzir os efeitos destruidores do TCE para o Clima. Quando muito, o processo produzirá mudanças cosméticas”.

É falsa a afirmação “Os países do Sul global beneficiariam com a adesão ao TCE”.
A realidade (página 10) é que há poucas evidências de que o TCE ofereça benefícios, enquanto os seus riscos são substanciais, sobretudo para os países de baixo rendimento.

É falsa a afirmação “Retirar-se do TCE não vai proteger os governos de processos judiciais muito dispendiosos”.
A realidade (página 11) é que retirar-se do TCE, como já fez a Itália, reduz significativamente o risco dos países serem sujeitos a processos e evita novos projectos de combustíveis fósseis, indissociáveis do carbono.