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QUEM SALVA QUEM?

QUEM SALVA QUEM?

QUEM SALVA QUEM?

Um filme de Leslia Frank e Herdolor Lorenz.

É a crise como modelo de negócio às custas da democracia e da segurança da sociedade.

Não se trata apenas de mais um filme sobre a salvação dos bancos e do Euro. Debruça-se sobre tudo aquilo que esses salvamentos escondem, incluindo a actual tragédia da Grécia, ou seja, a alteração radical da sociedade europeia. A transformação da dívida privada em dívida pública tem sido cozinhada e apresentada como “salvação”. Este facto transforma a democracia num absurdo. Abalou as sociedades que se consideravam socialistas e fundadas no estado de direito. Ninguém formulou esta realidade melhor que Mario Draghi, ex-vice-presidente do Goldmannn Sachs, actual presidente do BCE e que dirige a economia europeia: “O modelo social europeu passou à história. A salvação do Euro custará muito dinheiro. Isso significa que teremos de abandonar o modelo social europeu”. Já há 7 anos que a operação de salvamento está em curso com a ajuda de muitos biliões de dinheiro público.

A estreia do filme “Who saves Whom?” a 11/02 de 2015 foi um estrondoso sucesso. Tem sido exibido em muitas centenas de salas na Europa com audiências sobrelotadas e com muitos debates. Quem o desejar ver pode consultar o respectivo mapa para ver quais são os locais mais próximos.

“Quem salva quem” vem mostrar o que estava escondido. Referimo-nos à tremenda redistribuição desde baixo para o alto. Antes da crise, os mais ricos do mundo possuíam o triplo do PIB mundial anual. Após 7 anos de crise, já possuem o quádruplo. Hoje na Europa já há outra vez pessoas a trabalhar para receberem salários de fome. Enquanto decorrerrem as ditas operações de salvamento, para os 99% não haverá qualquer salvação.

Muitos europeus encaram a Grécia como um país que viveu acima das suas possibilidades e que, apesar da custosa ajuda, não quer fazer as reformas, ou seja, um poço sem fundo. O filme “Quem salva quem?” revela que os pacotes de apoio desde 2010 apenas salvaram exclusivamente os credores, isto é, os bancos, os fundos de investimento e as seguradoras. Quando em 2011, o chefe do governo grego Papandreu exigiu um referendo sobre este problema, foi deposto quase num golpe de estado pelo Conselho Europeu. Foi substituído por um alegado tecnocrata, Lukas Papademos, exactamente a pessoa que, em conjunto com o Goldmann Sachs, havia trazido a Grécia para dentro da zona Euro através da manipulação. O seu trabalho agora passou a ser o de aplicar as condições associadas à concessão do crédito: destruição dos serviços de saúde, seguros e pensões, desregulação das leis laborais, privatização dos activos públicos, etc.

 

As políticas de salvação praticadas em toda a Europa e não apenas na Grécia, tal como o filme comprova, constituem um marco no desenvolvimento do neo-liberalismo que torna os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. Tanto os orçamentos públicos como privados são canibalizados a favor do mundo financeiro. Os direitos sociais são substituídos pelo direito à dívida. A dívida é o meio através do qual as pessoas são impedidas dee pensar e agir livremente. O filme mostra como isto funciona nos EUA já algum tempo. Os estudantes saem das universidades esmagados pelo peso da dívida, dívida essa que nunca poderá ser paga.

O filme mostra o início destes deesenvolvimentos quando, após 70 anos de relativa estabilidade, o mundo da finança foi desregulado. Então a alta finança usou de imediato esta nova liberdade para desenvolver uma panóplia de derivados do crédito que domina hoje a economia. O filme demonstra o uso e o enorme perigo desses derivados. Mas também mostra as possibilidades de defesa, como a Islândia, onde os capitais internacionais não foram salvos, tendo em vez disso sido feita uma redistribuição de cima para baixo.

TTIP-Berlim :” quem depois de ver o filme não acordar do seu sono neoliberal, estará perdido. O filme vai conseguir arrancar do seu sofá até o mais letárgico dos cidadãos e levá-lo para as barricadas”.

http://whos-saving-whom.org/index.php/en/