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Intervenção da TROCA na “Marcha contra a Bayer/Monsanto”

Intervenção da TROCA na “Marcha contra a Bayer/Monsanto”

Intervenção da TROCA na “Marcha contra a Bayer/Monsanto”

No passado dia 27 de Maio, o BioPorto com outros colectivos/organizações e apoio da TROCA,  realizou, no Porto, a “Marcha contra a Bayer/Monsanto”.

Na impossibilidade de estar presente, a intervenção da TROCA, cujo texto damos a conhecer abaixo, foi lida pela Vanessa Ferreira, do BioPorto, a quem agradecemos.

“Boa tarde a todos.

A TROCA – Plataforma por um Comércio Internacional Justo, mais uma vez, na impossibilidade de estar presente, agradece ao BioPorto e a todos os colectivos que estiveram envolvidos na organização desta Marcha, assim como a presença e participação de todos.

Entre a rede de acordos de livre comércio que a UE tem vindo a negociar e a ratificar nos últimos anos, está o acordo de liberalização do comércio entre a UE e países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai). Actualmente, a UE está a fazer a maior pressão para a concretização deste acordo. Aquando da visita do Lula, no seu encontro com o primeiro-ministro António Costa, ambos reafirmaram  a sua vontade de acelerar a conclusão das negociações deste mega acordo.

Entre muitos outros impactos negativos, o UE-Mercosul incentivará:

– o aumento do uso de pesticidas perigosos e outras substâncias tóxicas, na sua maioria produzidas e vendidas por países europeus, mas que são proibidas na UE, por serem conhecidos os seus efeitos prejudiciais;

– a utilização agrícola de OGMs e agroquímicos, tendo a Bayer/Monsanto uma presença privilegiada e poderosa nos países do Mercosul.

Cabe-nos pensar e criar alternativas a esta mercantilização doentia e destruidora.

Neste sentido, mais de 170 organizações da Sociedade Civil europeia – incluindo o BioPorto – subscreveram a Declaração de Alternativas ao Acordo Comercial de livre comércio UE-Mercosul, que propõe uma relação diferente entre o Mercosul e os países e povos da UE, baseada na solidariedade, igualdade, cooperação, sustentabilidade e democracia. A saber:

Solidariedade, colocando em primeiro plano os direitos humanos e dos trabalhadores, os povos indígenas, os pequenos agricultores e famílias de agricultores; e o bem-estar dos animais, sempre protegendo a biodiversidade e o clima.

Igualdade, com o reconhecimento dos direitos indígenas e apoio às comunidades indígenas e rurais, pequenos agricultores e famílias agricultoras, tanto na Europa como no Mercosul.

Cooperação e não competição, deve ser o princípio no qual baseamos as nossas relações. Só as multinacionais vencem quando os trabalhadores e os agricultores se enfrentam.

Sustentabilidade –  Um futuro acordo deve contribuir para sociedades e modos de produção sustentáveis, basear-se nos princípios da soberania alimentar, agroecologia,e garantir a reciprocidade em altos padrões de qualidade em todas as áreas,

Isso significa acabar com o comércio de produtos agrícolas provenientes de monoculturas como soja e cana-de-açúcar, bem como com a pecuária intensiva que contribui para o desmatamento, a perda de biodiversidade e a propagação de zoonoses.

Democracia – A relação entre os povos do Mercosul e a UE não pode ser decidida à porta fechada, como tem sido. Qualquer acordo futuro deve ser negociado de forma democrática, participativa e transparente.

Continua aberta a petição contra o acordo UE-Mercosul. Pedimos-vos que subscrevam no nosso site (www.plataforma-troca.org) a petição nacional:  “Contra o Acordo Comercial UE-Mercosul, pela Democracia, Ambiente e Saúde.” e a divulguem.”

Encontram mais informação no site da TROCA.

A TROCA completa 9 anos de existência a lutar contra os tratados de liberalização do comércio, integrada numa plataforma que reúne muitas OSC da Europa. Convidamos todos os presentes a juntarem-se à TROCA. Somos um colectivo apartidário e horizontal, empenhado pelo bem-comum e pelo planeta. Reunimos quinzenalmente e decidimos conjuntamente as nossas actividades. Contactem-nos através do nosso site.

Vamos, juntos,  traçar alternativas ao UE-Mercosul e a outros acordos – como o UE-México e o UE-Chile também em processo negocial -, prosseguindo com a luta contra os OGMs e os agroquímicos, por uma alimentação saudável, pelo bem comum e respeito pela biodiversidade e o Planeta!

Gratos pela vossa atenção! Estamos juntos!