logo Troca linha TROCA - Plataforma por um Comércio Internacional Justo

Letras gigantes ocupam Alameda no âmbito de protesto internacional

Letras gigantes ocupam Alameda no âmbito de protesto internacional

Letras gigantes ocupam Alameda no âmbito de protesto internacional

A Rede STOP UE-Mercosul, que a TROCA também integra, enviou um comunicado de imprensa relativo à acção que teve lugar em Lisboa, na Alameda D. Afonso Henriques, e que reproduzimos integralmente:

Letras gigantes ocupam Alameda no âmbito de protesto internacional

Dia 18 de Maio, pelas 9h30 da manhã, a rede STOP UE-Mercosul levou a cabo um protesto na Alameda D. Afonso Henriques contra o acordo comercial entre a União Europeia e os países pertencentes ao Mercosul. O protesto envolveu a colocação da mensagem “STOP UE-Mercosul” escrita ao longo de uma extensão de 125 metros perto da fonte luminosa e um conjunto de performances e intervenções transmitidas para a internet. Este protesto insere-se na semana internacional de luta contra o acordo, que conta com iniciativas na Alemanha, Argentina, Bélgica, Espanha, França, Hungria entre outros países.

A rede afirma que o governo português não tem representado as pessoas, as quais se opõem ao acordo comercial devido ao potencial de agravar a destruição irreversível da floresta Amazónica, do Cerrado e outros biomas e de incentivar as violações de Direitos Humanos por parte do Presidente Jair Bolsonaro. “85% dos portugueses inquiridos num estudo da YouGov afirma que o acordo deveria ser travado enquanto a desflorestação da Amazónia não cessar, o maior valor dos 12 países europeus estudados. É portanto irónico que o governo português se apresente como o maior entusiasta deste acordo no palco europeu”, afirma Mariana Jesus, uma das organizadoras do protesto.

Abrangendo 780 milhões de pessoas, o acordo entre a União Europeia e o Mercosul tratar-se-á, se aprovado, do maior acordo de livre-comércio envolvendo o ocidente. O tratado internacional foi assinado em 2019, mas não foi ratificado.

O acordo tem enfrentado a oposição de grupos ambientalistas, preocupados com o aumento das emissões de gases de efeito de estufa que o acordo pode provocar, bem como com o aumento da desflorestação e perda de biodiversidade. O acordo também encontra a oposição das maiores organizações sindicais na Europa e América do Sul, alegando que o mesmo não salvaguarda a protecção e respeito pelos direitos laborais, e alertando para os homicídios de líderes sindicais no Brasil, repressão de greves e perseguição aos sindicatos, que transportaram o Brasil para os lugares cimeiros da tabela dos países mais perigosos para os trabalhadores. Os homicídios de indígenas também dispararam com a recente triplicação dos conflitos territoriais, e a alegada relação entre este fenómeno e iminência do Acordo UE-Mercosul tem motivado a oposição de representantes dos povos indígenas. Na União Europeia, várias associações de agricultores também se têm manifestado contra a ratificação do acordo, alertando para riscos para o setor e para a saúde pública.

A Rede STOP UE-Mercosul, composta por 25 coletivos portugueses tais como a Greve Climática Estudantil, a Quercus e o Coletivo Andorinha, faz parte de uma aliança internacional com mais de 450 organizações que lutam contra a ratificação do acordo.

Este comunicado encontra-se disponível em:  https://stopuemercosul.pt/comunicadosdeimprensa/

Rede Stop UE-Mercosul Pt – https://stopuemercosul.pt/