Um conjunto de colectivos da sociedade civil uniu-se no propósito de “homenagear” as empresas multinacionais que mais abusam das soluções de justiça privada (ISDS) que fazem parte de vários tratados de comércio e investimento, ou das “lacunas de jurisdição” resultantes de operarem em vários países e fazerem uso das diferentes legislações para garantir a sua impunidade.
As 20 associações de toda Europa conceberam o prémio “piaçaba de Ouro” como uma forma de chamar à atenção para as “implicações de formas de comércio tóxicas” para a vida das pessoas, que alegam serem quase desconhecidas. As associações envolvidas consideram o piaçaba como uma alusão ao que afirmam ser «a forma suja como são mantidos estes sistemas injustos, e a necessidade de “limpar” o sistema de comércio internacional».
Foram nomeadas 10 empresas multinacionais e o público teve oportunidade de votar desde o início de Dezembro até ao dia 24 de Janeiro, que marcou o encerramento da petição «Direitos para as pessoas, regras para as multinacionais».
Tendo em conta a votação do público, foram então anunciados as duas empresas “vencedoras”:
-A SHELL, a empresa que mais abusou da impunidade empresarial
-A Bayer-Monsanto, a empresa que mais abusou dos sistemas ISDSEmbora a petição «Direitos para as pessoas, regras para as multinacionais», contra sistemas ISDS ou semelhantes e contra a impunidade empresarial tenha encerrado, a luta por um comércio internacional justo irá continuar.